quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Investigação Social


TODA A GENTE sabe que as mulheres (eu inclusive, sou incrível), têm stalking skills fenomenais, comparáveis às do mais experiente agente do FBI.

Exemplo prático:

Amiga: Epa vi um gajo muita giro ontem no Lust (pffff ninguém vai ao Lust), só sei o primeiro nome, nunca mais o vou veeeeerrr!

Eu: *puts on FBI hat* *saca do bloco de notas*


Preciso dos seguintes dados:
Primeiro nome
Cor do cabelo
Cor dojolhos
De que zona é 
Com quem estava

20 minutos depois…. BAM!!!


António Maria Sangareau (isto é nome de pessoa que vai ao Lust, não é?), 34 anos, mora no Restelo (HA, you wish), solteiro há 7 meses, Account na Deloitte, mas entretanto pediu uma licença sem vencimento e vai viajar pela a Ásia durante um ano para encontrar-se a si próprio.

É o quão impressionantes nós podemos ser. Não há nada que nós não saibamos.

Contudo, eu tenho para mim que as redes sociais andam numa missão de nos expor e assumidamente envergonhar perante os sujeitos alvo de investigação.

Exhibit #1: Duplo clique nas fotos do Instagram dá like. Epaaaaa….. uma pessoa está num foco de stalking tão profundo que já vai no perfil do primo do amigo da ex-namorada do suspeito e de repente esquece-se da aplicação em que está, clica duas vezes para fazer zoom in e faz um like numa foto de há 73 semanas. ABORT MISSION!!!

Exhibit #2: Agora já não se pode fazer screenshots de certas coisas, tipo stories do Instagram ou mensagens directas, que a outra pessoa recebe uma notificação. Eu já nem me atrevo a verificar o que posso ou não fotografar, não vá o diabo tecê-las. Isto é um problema porque é menos uma fonte de provas para futuros julgamentos.

Exhibit #3: O WhatsApp é fantástico. De longe a melhor app do género. Mensagens codificadas, podes decidir se deixas ver há quanto tempo estiveste online ou até se viste as mensagens ou não (que funcionalidade mais filha da mãe, ninguém merece. Quem tem isto activo é mentiroso!!!). Agora até se pode apagar as mensagens enviadas (bless you <3). However, não podiam simplesmente permitir que as mensagens fossem apagadas sem deixar uma porra dum aviso “Esta mensagem foi apagada”. Obrigada, WhatsApp, a sério, para além de quase ter dado um tiro no pé, ainda tenho de assumir que quase dei um tiro no pé, mas vá lá que me arrependi a tempo.

(BTW, nas minhas recentes pesquisas descobri que o Instagram também permite apagar mensagens enviadas, desde que não tenham sido lidas. Mas atenção que, mesmo depois de apagadas, se a pessoa tiver o ecrã bloqueado, aparecem lá nas notificações. Deus dá e Deus tira, a vida é assim.)

Exhibit #4: O Facebook / Messenger, este fóssil que em vez de nos facilitar a vida, só mete a pata na poça, criou já há um tempo a coisa mais inútil, ridícula e perigosa dos últimos tempos: o acenar. WTF? Quem é que quer acenar a alguém no FB?? Antes era o toque, lembram-se? “O Rui deu-te um toque” hsdeudboewn o Rui vai já ser bloqueado nesta merda, aposto que comenta “gandas malucos” nas fotos dos amigos. (créditos para ti, Mafalda)

Ninguém quer ninguém que ACENA no FB, por isso, se acenaste, sem querer ou não, esquece, já perdeste todas as hipóteses com a pessoa.

Esta cena do acenar é má tanto no telemóvel como no computador. Vais tu toda contente ver se o Zé não te responde porque te está a ignorar ou se não vai ao Messenger há 15h (é bom que tenha acontecido alguma coisa grave que justifique isto!), abres o chat com ele e tocas na mãozinha amarela e já te f*deste.

FUCK FUCK FUCK FUCK FDS FDS FDS C*RALHO P*TA QUE PARIU FILHO DUM C*BRÃO

Bom, agora já não há nada a fazer. Tens de assumir que estavas a stalkear. MENTIRA! Há sim! Basta dizeres que estavas no computador e querias abrir o chat com um amigo *wink* e sem querer clicaste com o rato por cima da mão do lado direito do nome do Zé. E pronto. Foi tudo sem querer, nem tinhas reparado que ele estava ali, nem te lembravas que ele existia. You’re welcome. Esta aprendi com o meu colega que passou uma vergonha com isto.

Exhibit #5: Isto para mim é o mais chato porque está fora do nosso controlo e não tem nada a ver com os nossos dedos gordos e desastrados. Eu nem sei se isto está comprovado ou não. Mas o que me parece é que quando vemos muito o perfil de uma pessoa, mesmo que não nos sigamos / sejamos amigos nas redes, começamos a aparecer como sugestão de contacto. Isso é chato e embaraçoso e já fomos catados.

Moral da história: Só vale a pena stalkear alguém se tiverem um motivo muito importante, ou estiverem apenas curiosos e não se chatearem com os pontos acima. Até porque, o mais provável, é acabarem a ver coisas que não querem e depois ficam tristes. Se o fizerem, tenham atenção e não sejam trapalhões!

With great power comes great responsibility e eu só utilizo os meus poderes para o bem, por isso podem contar comigo para qualquer tipo de investigação. Cheers!

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Relato de uma Conversa de dois Adolescentes do Colégio Francês


Hoje sentei-me para almoçar aqui nas Amoreiras, e ao meu lado sentaram-se uma rapariga e um rapaz, para aí de 16 anos, do colégio francês. Ele é o Domingos e ela não sei, mas fala de maneira afectada e cheira-me que começa por F. Vou arriscar Francisca. 

A “Francisca” estava preocupada porque tem andado com um rapaz da escola e até passam tardes juntos no jardim e trocam muitas mensagens, mas ela achou que já chega de brincadeiras (porque com 16 anos já não se vai para novo) e fez-lhe um ultimato: “Ou isto avança ou não vamos a lado nenhum”. O rapaz disse que queria ir com calma, fazer as coisas bem, até porque agora no Verão quase não se vão ver e deve ser muito complicado.

O Domingos achou que ele tinha razão, mas fez uma observação super válida: “Se ele não fosse tanto ao ginásio, tinha mais tempo para estar contigo”. Neste momento quase pensei em intervir, mas passei a bola à “Francisca”, que respondeu o que todas responderíamos: “Mas eu não quero que ele vá menos ao ginásio!” (inserir emoji com cara de sacana). Portanto, todos percebemos em silêncio que o rapaz não quer namorar com ela, mas ela estava tranquila, ATÉ PORQUE…. vai passar um mês a França e toda a gente sabe que os franceses têm óptimas baguetes.

Já o Domingos, vai andar por Portugal. Quer dizer, apetece-lhe ir ao Brasil, mas ainda não tem a certeza se vai. Ele vai quase de borla, porque voa com os pilotos e sempre que viaja fica instalado nas embaixadas portuguesas. A embaixada portuguesa em França é um palácio e ele tem 10 mordomos. A “Francisca” não gosta destas manifestações de mania das riquezas, diz que a irritam. I feel ya. Ele, por outro lado, acha que está a deslumbrá-la com esta conversa.

Entretanto, ele vai a Vilamoura para casa de um amigo que tem TRÊS andares (a casa, não o amigo), depois vai correr os festivais e depois vai para a sua casa no Ribatejo que ele acha que tem 10 quartos, mas não tem a certeza. Normal, eu às vezes também não me lembro se a minha casa tem uma ou duas casas de banho. A piscina dele tem 4 metros de profundidade, mas eles desistiram da piscina porque “gasta-se muito dinheiro”. Tinha mais um palácio, que era da avó, mas venderam. Devem ter estourado o lucro na manutenção da piscina.

Se calhar ainda vai a França também. Fiquei com a ideia de que ele quer saltar para cima da “Francisca”. Coitado, ela tem um que não a quer; OBVIAMENTE não vai ligar nenhuma ao Domingos, que está disponível.

Estes betinhos de Lisboa…. Se isto fosse em Cascais, eu ficava a saber que o Domingos ia ao Boom e já tinha um stock de gotas e cogumelos, a “Francisca” ia passar um mês a Bali para se encontrar a si própria, mas na realidade ia passar o mês no Single Fin a sacar australianos e no final de contas estava mesmo a namorar com o gajo do ginásio, iam acabar por casar e ter 5 filhos: A Caetana, o Santiago, o Benjamin, a Pilar e a Mercedes. Ela lançaria uma marca de bikinis giros a 350€ cada e ele ia passar a gerir os negócios duvidáveis da família enquanto sustentava um vício de coca e putas.

E tudo estava certo no mundo.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Provadores do Inferno

Estou altamente deprimida.

Fui dar uma volta às lojas e deparei-me com uma coisa que me acontece mais vezes do que devia. Vou partilhar e espero que não me aconteça só a mim, senão significa que o problema é mesmo só meu...

Há lojas que têm óptimos provadores, grandes, COM PORTAS QUE REALMENTE FECHAM em vez daqueles cortinadozinhos que deixam sempre uma nesga aberta, com espelhos de dá para ver de todos os lados e que ate parece que nos fazem mais elegantes.... e depois há outras que, enfim, parece que não querem vender roupa.

Tenho também para mim que as lojas do Cascaishopping têm melhores provadores que as das Amoreiras, o que é óptimo porque trabalho nas Amoreiras e teria de abdicar de algumas coisas perfeitamente dispensáveis, tipo comer, para sustentar a minha shopping addiction.

Mas há uma loja que, independentemente do local, tem sempre a mesma trampa de provadores. (Não vou dizer qual é a loja, esqueçam. Por muita raiva que tenha do que me fez sentir, a Pull & Bear não merece este tipo de publicidade negativa). Para além de terem 1 cm quadrado, cortinados que nem ocupam o espaço deles e sem cabides nem banquinho, têm aquilo que arruína toda a auto-estima de uma mulher: a luz assim meio amarelada, daquelas que realça TODOS, mas TODOS os defeitos que possamos ter.

Não é só a cor da luz o problema, mas também a sua localização, mesmo por cima do espelho, meio inclinada, a incidir na diagonal sobre os nossos presuntinhos, de maneira que faz ali um jogo de luz e sombras aterrador.

Cada vez que lá entro fico na dúvida se sou mesmo assim ou não. É celulite nas pernas, celulite no rabo, celulite na barriga, celulite nos braços, celulite nas costas, celulite nos olhos.... FODA-SE! Toda eu sou celulite, NUNCA vou comprar este vestido curtinho que parecia tão giro no cabide e vou trancar-me em casa a chorar durante duas semanas!

Isto até podia servir como motivação para uma pessoa começar a ter mais cuidado com o seu corpo, mas eu não sou essa pessoa e, como forma de compensar este desgosto, vou só ali comer 3 mil folhas e uma fatia de salame de chocolate.

Claro que nunca consigo comprar nada nessa loja porque, obviamente, NADA me fica bem lá! Será que as raparigas que lá trabalham nunca entraram no provador e disseram “Porra, não admira que esta saia não se venda! Pareço uma esponja de banho com ela!” ou tipo “Adoro este nosso novo top sem costas!” *Experimenta top* “What??? As minhas costas têm relevos que eu nunca vi na vida e tenho uns braços de uma senhora de 70 anos! Não posso usar isto!”

Eu juro que até já pensei em avisá-las, mas morro de medo que me digam é mesmo só de mim e aí mais vale mesmo ir cortar os pulsos.

Resumindo, hoje é um dia triste para mim como mulher.

Por favor, meninas, digam-me que este é um problema comum, para eu me sentir melhor!

sábado, 7 de janeiro de 2017

Transportes Públicos

A pedido de uma amiga, que achou que eu devia fazer um post sobre este tema asap, voltei a pegar neste blog. Pode ser que dure mais umas semanas.
O final de 2016, essa puta de ano, foi de grandes mudanças para mim. A maior de todas foi ter mudado de trabalho e ter passado de pobre a um bocado menos pobre. Ou, segundo a Segurança Social, essa puta de entidade, suficientemente abastada ao ponto de subir de escalão. Sim, Segurança Social, estou a falar de ti, que achas que 30€ por mês é um abono de família decente. Isso nem dá para pagar o vício do meu filho em gomas, pensa bem no que andas a fazer!


Eu trabalhava em Cascais e agora trabalho em Lisboa, o que originou uma grande mudança de hábitos. Ora eu, como boa pobre que sou, e poupadinha, porque prefiro gastar esse dinheiro extra em vinho (prioridades), achei por bem vir de transportes com o resto da plebe.
Acho que podemos todos concordar que os transportes públicos são a melhor fonte de inspiração do mundo. O que é que eu andei a perder estes anos todos??!!!
0
Eu nem vou falar da palete de odores que lhes é característica. Isso já está mais que batido. Mentira, vou falar sim. Foda-se, mas esta gente sai da tasca directamente para o trabalho?!!!
Pronto. Eu quero é falar do tipo de pessoas que encontramos nos transportes. Eu até tenho pena de não precisar de apanhar o metro, porque imagino o conteúdo... Não tenho pena nenhuma, detesto o metro.
Aqui vão:
Tipo 1 (E é o tipo 1 porque é sempre a primeira pessoa a entrar): O ansioso. Aquela pessoa que empurra e fura só para arranjar um lugar sentado. Esta pessoa é capaz de arrancar olhos à colherada a velhotas de 130 anos para se sentar, lá atrás, à janela, sacar do telemóvel, meter os phones e sair na paragem a seguir. Pensando bem, esta pessoa sou eu.
Tipo 2: Os faladores. Estes vão sempre em grupos e, das duas uma: Ou são adolescentes que ainda não perceberam que ninguém quer saber se o Martim gosta de ti, mas tu não tens interesse nenhum nele, quando na realidade todos sabemos que estás mortinha para que ele te salte em cima (não enganas ninguém, Francisca) ouuu... são velhas. E as velhas, provavelmente porque estão a ficar surdas, falam mais alto que toda a gente. Sempre sentadinhas naqueles bancos de 4 no comboio, com os seus cabelos meio roxo azulados, cumprimentam-se com uma espécie de guinchar “Ooohhhhhh tá boa?! Como está da anca? Hoje está mesmo frio, mas ao menos não chove! O vento é que é o pior!” Eu apanho sempre as mesmas 4 velhas e as conversas...Jesus. Já sei das infecções urinárias, das artroses e do que o dentista arrancou dos dentes de uma delas na consulta passada.
Tipo 3: Os perverts. Eu nem me quero alongar muito neste assunto, mas sim, há homens que acham que, por estar tudo apertadinho no autocarro, têm carta branca para nos tentarem tocar downthere. Pá próxima vez enfio-te o chapéu de chuva no olho, seu monte de merda!
Tipo 4: Os carentes. Este é um fenómeno que eu desconhecia e me surpreende bastante. Eu tento sempre ir sozinha. Se há um banco de dois totalmente vazio, podem crer que é aí que eu me vou sentar! Acontece que há pessoas - e não são muitos, nem poucos, bastantes! (quem não percebeu a referência é um ovo podre)  que, pode até estar o autocarro quase vazio, e vêm sentar-se ao teu lado. Minha gente, qual é o vosso problema? Têm frio? Querem conversar? Comigo não vai dar, estou de phones. São tão precavidos, que deixam os 30 lugares vazios para outros passageiros que possam chegar? Pelamor de Deus! Dêem-me espaço, que eu preciso de respirar antes que tenha um ataque de pânico.
Tipo 5: Os generosos. Não há como não gostar destes. São os que cedem sempre o lugar e depois vão de pé, apertados e desconfortáveis o resto da viagem. Props pra vocês.

Tipo 6: O doente. Porra. O mínimo é pôr a mão à frente da boca quando se tosse! Tossir sem a mão à frente, ao ponto de eu sentir o ar a abanar o meu cabelo, devia ser motivo suficiente para homicídio e ainda ser ilibada do mesmo com cadastro limpo! Só consigo visualizar uma imagem hiper ampliada do ranho, cuspo e germes a saírem da boca do porco e a aterrarem no meu cabelo...matem-me já.  Eu já estou como os asiáticos e acho que devíamos andar todos de máscara.

Tipo 7: O trapalhão. Geralmente a trapalhona sou eu, que dou com a mochila em toda a gente, piso as pessoas, caio quando o autocarro arranca.. Mas apanhei o trapalhão mais amoroso de sempre. Um rapaz de vinte e tal anos, diria eu, que leva sempre o seu almoço num saquinho de papel (God, que amor). No outro dia o saco caiu sem ele perceber e era uma colherzinha no chão, e maçãs e laranjas a rebolar pelo autocarro fora. Nunca vi os meus compinchas de viagem tão unidos como nesta missão de recuperar toda a fruta do miúdo. Tudo a arrastar-se pelo chão atrás da laranja que andava para a frente e para trás, até que se apanhou tudo e um granda round of applause para nós! 
Se estás a ler isto, rapaz do saquinho, és muito querido, mas tens de ter mais cuidado com a fruta.

Tipo 8: O pior tipo de todos e numa categoria só deles – Os velhos que ainda não são velhos o suficiente para terem prioridade, mas acham que são. Esta é aquela malta que tem entre 60 e 67 anos, com aspecto relativamente saudável e robusto, mas que, mal entra no transporte, escolhe uma vítima para atormentar o resto da viagem. Cenário: Autocarro ultra cheio, eu estou carregada com mochila pesadíssima, saco com as coisas do ginásio, guarda-chuva, lancheira e, por vezes, computador. Entra uma dessas pessoas acima descritas. É tiro e queda. Olha-me nos olhos e fita-me a porra da viagem toda, numa tentativa de me fazer sentir mal por não lhe ceder o lugar. Oh meu amigo! Eu estou exausta depois de um dia de trabalho. Tu não és velho o suficiente, embora tenhas cara de acabado, e deves ter passado as últimas 5 horas no bingo a virar copos de 3. Para além disso, eu não sou a única jovem aqui. Nem a mais nova!! Eu não tenho a culpa de parecer ter 15 anos! Escolhe outra vítima! Pára de olhar para mim caralho! Já não sei para onde olhar. Olha para a janela, ele está a olhar para o reflexo. Não consigo evitar olhar para ele! Foda-se, vou fingir que estou a dormir.
Há um mítico tipo que nunca encontrei, com zero de pena, que é a malta que anda com a música em alta voz. Se calhar já se extinguiram.
Finalmente cheguei ao trabalho e acabou. Tirando o facto de que isto se vai repetir todos os dias, duas vezes por dia, ad eternum, acabou.



terça-feira, 28 de abril de 2015

Geocaching

Já passaram meeeeesees desde a minha última publicação. Comecei a trabalhar, fiquei sem tempo e sem ideias.

Mas entretanto descobri uma coisa que tinha de vos apresentar (muitos já devem conhecer): Geocaching!


Trocado por miúdos é uma espécie de caça ao tesouro. Utilizamos uma aplicação do telemóvel que indica onde estão as caches (em português, caixas, hehe) e que, através do gps e pistas, nos leva até elas. As caixas contêm um logbook (em português, livro de registos :P), onde escrevemos a data e assinamos. Algumas têm objectos, que podemos tirar se deixarmos lá outro.


Isto bem feito é nas montanhas, serras, seguindo pistas complicadas e até debaixo de água. Mas como nós, para além de ocupados, somos pobres e amadores, cingimo-nos aqui à terrinha (que é como quem diz jardins e parques de estacionamento entre cascais e parede) e procuramos com todo o afinco estas caixinhas do inferno. 


Do inferno porquê?? Tenho em crer que quem coloca estas porras por aí tem como principal objectivo obrigar as pessoas a fazerem as figuras mais ridículas.


Sei que estou a ensandecer quando dou por mim a correr à chuva, rastejar no chão de um parque de estacionamento, trepar postes e até arriscar a vida ao invadir o habitat de um galo com instintos claramente homicidas.

Tudo isto por uma coisa do tamanho de um frasco de urina (esperem...era mesmo um frasco de urina) com uma pedrinha gira lá dentro!

Essa pedrinha gira veio connosco e já foi trocada por um 5 de copas que, se tudo correr bem, há-de dar lugar a algo magnífico como uma tampa de garrafa.


Isto parece tudo uma inutilidade, mas não imaginam a diversão e a alegria quando encontramos as caixas! 


É o melhor programa de sempre para quando não temos nada para fazer e há caches em todo o lado.


Experimentem, a sério!


Próximo objectivo: encontrar uma cache pós lados da Buraca. Diz que os brindes são mais giros.


*O dono garantiu que o frasco de urina só foi utilizado para aquele fim!


*Adivinhem quem encontrou a cache :)

*A carpideira no meio sou eu.


segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Coisas de Gaja

Uma pessoa acorda de manhã, mete-se no carro, olha-se ao espelho retrovisor com aquele sol matinal a bater e é aí que percebe: "Foda-se, já estou com bigode!"

É impressionante! Eu bem que podia andar por aí com um moustache digno do concurso mundial de bigodes e já agora com umas sobrancelhas a condizer, ao nível de "sobrancelha do avô", que ninguém me avisava! Nem eu conseguia ver nos outros espelhos com aquela luz miserável que foi criada de certeza para sairmos de casa a pensar que estamos impecáveis.

Não fosse a luz incandescente que incide sobre todos os nossos defeitos quando estamos no carro, aposto que andávamos por aí todas feitas mulheres barbudas e cheias de coisas tipo borbulhas e poros e pontos negros e com uma pele que mais parece um sofá velho.

Não sei o que será melhor: saber quando estamos a começar a assemelhar-nos a uma hiena ou sair de casa a pensar que estamos o máximo. É que a confiança embeleza, não é? 

Bom, eu prefiro saber. Por isso agradeço que as minhas amigas da onça me avisem quando se começar a notar a bigodaça e que as pessoas a quem eu der beijinhos me digam quando já fizer coceguinhas.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Os Novos Quarenta?

*imagem surrupiada do site www.telegraph.co.uk
No outro dia fui sair com as miúdas para o Cais do Sodré. Entrámos no Jamaica (yap...) que estava praticamente vazio. Entretanto apareceu um grupo de quarentões (dois homens e duas mulheres) com todo o ar de que tinham vindo de um jantar de trabalho. 

Eles de fatinho. Uma delas era uma asiática pequenina que parecia não estar a perceber nada do que se estava a passar. Mas a outra... Ai a outra. Por onde começar?

De certeza que era arraçada de gigante. Provavelmente a mãe era uma gigante e o pai um ser humano. Ao contrário era capaz de correr muito mal. 

Ora, a gigante estava ZÊBADA! Lá andava a cambalear montada nos seus mocassins, sempre com metade do copo vazio. Não porque bebia, mas porque entornava tudo em cima dos restantes foliões.

Nós já tínhamos medo de chegar perto, porque só um toque dela mandava-nos ao chão. 

A senhora gigante, como se não bastasse, devia estar com o cio. Nunca vi tanto esfreganço na vida. Chega uma certa idade em que já devíamos ter o mínimo de juízo. Ela ora quase beijava um dos colegas, ora apalpava a pobre e clueless colega asiática, ora empinava o rabo (como dizer isto.... Punha-se quase de quatro) e esfregava-o no outro colega. Aliás, essa era a posição confortável dela. A certa altura começava a descair, a descair, a descair e pimba! Lá estava ela de cabeça para baixo e rabo para cima! "face down, booty up, that's the way i like to (whaaat)"

Claro que já tinha uma plateia colada às paredes da discoteca com medo de ser albarroada, de queixo caído e câmara em punho, pronta para capturar os melhores momentos.

À saída ainda consegui ser pisada pela gigante e achei que ainda ia ter de amputar o pé. 

Por favor, se eu chegar assim aos 40, matem-me.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

O Homem das Nossas Vidas

Nunca tive nenhuma ideia do que seria o homem da minha vida. Mas tenho uma amiga que sabe perfeitamente o que isso é. E não, ela não é casada, nem sequer tem namorado. Mas nunca ouvi falar de nenhum homem como ela fala do pai.
E eu conheço-o. É um tipo super divertido e activo; com uma relação fantástica com a mulher (também divertidíssima e activa) e com as filhas. Está presente em tudo e ainda é quem incentiva todas as actividades da família. Ele corre, dança, canta... enfim, tudo e mais alguma coisa. 

Mas escrevo isto depois de ler um poema que ele próprio escreveu para a mulher e filhas no dia dos namorados. É de ir às lágrimas. É, de facto, este o tipo de homem que todas nós queremos na nossa vida. Infelizmente não anda fácil de encontrar. Porque, provavelmente, não há mesmo muitos assim!

É difícil explicar a estima que a minha amiga sente a falar do pai e o prazer que sinto em ouvi-la. É com quem ela desabafa e ele dá os melhores conselhos. Compreensivo, moderno, com sentido de humor. The works.

Se nunca tive um exemplo assim, espero que o pai do meu filho o seja para ele. E espero que cada uma de nós, especialmente a minha Ritinha, encontre um homem como este exemplo que temos. 

<3

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

The Perks of Being a Ninja



Eu tenho um filho. Andava a pensar como seria o primeiro post que escreveria sobre ele e vai ser este mesmo.
*Parece um anjinho, não é?

O miúdo tem dois anos e meio. Está na fase mais gira, mas também mais cansativa até agora. Estou separada do pai dele e o acordo é que ele passa semana sim semana não na casa de cada um. Escusado será dizer que, dois dias depois de o deixar no pai já estou a morrer de saudades. Mas, não me levem a mal meus amigos, também sabe tão bem quando o deixo lá! Parece que estava há anos à espera desse descanso. É que quando era a dividir por dois, as coisas eram mais fáceis. Agora fazer tudo sozinha cansa. A vantagem é que tenho uma semana inteirinha de mimos SÓ PARA MIM!

Continuando, eu queria era escrever sobre a hora de deitar (que acabou de acontecer). O meu filho nunca foi fácil para adormecer e, como se não bastasse, tem o terrível hábito de fazê-lo a enrolar os dedos no meu cabelo (ou seja de quem for). Estou quase careca graças a esta brincadeira.
Hoje, em particular, foi uma noite difícil. Estou adoentada, cansada e só queria o meu momento para ver o The Walking Dead (que até adiei para escrever isto antes que me esquecesse). Viu tv, deitou-se, levantou-se, deitou-se outra vez, puxou cabelos, deu pontapés, mordeu almofadas, pediu água, cuspiu água…. Afffff!

Finalmente adormeceu na caminha dele. E aqui é que entra toda uma vida de treino ninja, da qual nem nos apercebemos até termos um filho! Lembram-se quando éramos crianças e fazíamos asneira e tínhamos de esconder as provas? NINJAS. Lembram-se quando éramos adolescentes e chegávamos a casa tarde e a más horas e tínhamos de ser super stealth para não acordar os nossos pais?  NINJAS. Ora, aqui é igual para sair do quarto dele, com a diferença que, se ele acorda, é muito mais difícil convencê-lo a voltar a dormir do que era convencer a minha mãe de que eu só tinha bebido duas imperiais.

Então lá vou eu: primeiro tento “descolar-me” dele (sim, só adormece agarrado a mim) feita Tom Cruise na Missão Impossível: O corpo todo de uma vez com o mínimo de oscilação. Muito cuidado para a cama não ranger! Depois fico uns segundos em posição Matrix, toda dobrada sem mexer um músculo, para confirmar se a fase 1 resultou. Resultou. Next.

Por fim vem o pior: a saída do quarto. Se for Inverno e eu estiver de meias facilita, porque dá para deslizar dali para fora. Mas enquanto está calor e ando descalça tenho de ter o máximo de cuidado. Não dá para pôr o pé todo no chão. Nem sequer só a ponta, porque o barulho do pé a descolar do chão é o equivalente a pisar uma mina terrestre e dá-me cabo da missão. Ou seja, ou vou só de calcanhares ou com os lados dos pés. Sim isso mesmo – apoiada só nos lados dos pés. Cada passo exige uma paragem de dois segundos para confirmar se o sujeito ainda dorme. Finalmente chego à porta. O coração a bater e um pingo de suor a escorrer-me pela testa. Consegui! Agarro gentilmente no lado da porta (nunca na maçaneta por o metal faz barulho) e fecho devagarinho.
A puta range.
Ele acorda.
Faço tudo outra vez.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

The Walking D….aryl



Por favor posso falar um bocadinho sobre o The Walking Dead? Season 2 à parte (what the fuck was that?!) esta é só das melhores séries dos últimos tempos!! E olhem que temos aí muito boas séries. Talvez faça uma lista para falar sobre isso mais tarde.

Mas o TWD é aquela que me mexe com tudo cá dentro e me dá vontade que o Apocalipse de Zombies chegue rápido. E a razão pela qual nós mulheres queremos um Apocalipse de Zombies chama-se Daryl. E a razão pela qual vocês homens querem um Apocalipse de Zombies chama-se Daryl. Convenhamos: ele é o homem que todas as mulheres querem ter e todos os homens querem ser. É um badass, é forte, corajoso, sabe mexer em setas, anda de mota, tem um casaco de cabedal, tem ar de sujo e de cheirar mal…. É uma TESÃO (só comparável ao Sawyer do Lost)!
Acho que é a minha paixão platónica do momento. 

Com um homem daqueles ao lado a vida é uma aventura! Ele Eu arrisco dizer que, especialmente após a segunda temporada, ele foi a única razão pela qual eu continuei a ver a série (que graças a Deus melhorou, e muito!). É que, se eu tivesse de assistir a mais um acto de putedo e negligência parental por parte da Lori ou a mais um desvario e desobediência que coloca todo o grupo em mais uma situação de risco de vida por parte do Carl, eu juro que cortava uma perna e dava a comer a um walker.  

É por isto que eu sei que o Daryl nunca vai morrer. Mesmo que o matem nos livros, nunca o vão matar na série. Isto não é como o Game of Thrones. Se nos matam a personagem preferida, vai dar merda!!!  Não é só por ser uma personagem espectacular. O Norman Reedus foi, provavelmente, a decisão de casting mais certeira de todos os tempos na história da televisão. Nunca mais o vou ver como outra coisa senão Daryl Dixon (o que não abona muito em favor dele, mas temos pena, porque não queremos que o TWD acabe nunca).

Bom, agora que a Lori já faz parte do passado e o Carl cresceu e já não incomoda tanto (já roça o tolerável), a série está cada vez melhor. Adorei o primeiro episódio desta temporada e já estou em pulgas pelo próximo. (BTW, que cena é essa entre a Carol e o Daryl? Não se passa nada, mas passa-se alguma coisa… Não lhe arranjavam melhor? Aliás, não lhe arranjem é nada, que eu tenho ciúmes e para além disso gosto do lone ranger que ele é.)

See ya!