segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Coisas de Gaja

Uma pessoa acorda de manhã, mete-se no carro, olha-se ao espelho retrovisor com aquele sol matinal a bater e é aí que percebe: "Foda-se, já estou com bigode!"

É impressionante! Eu bem que podia andar por aí com um moustache digno do concurso mundial de bigodes e já agora com umas sobrancelhas a condizer, ao nível de "sobrancelha do avô", que ninguém me avisava! Nem eu conseguia ver nos outros espelhos com aquela luz miserável que foi criada de certeza para sairmos de casa a pensar que estamos impecáveis.

Não fosse a luz incandescente que incide sobre todos os nossos defeitos quando estamos no carro, aposto que andávamos por aí todas feitas mulheres barbudas e cheias de coisas tipo borbulhas e poros e pontos negros e com uma pele que mais parece um sofá velho.

Não sei o que será melhor: saber quando estamos a começar a assemelhar-nos a uma hiena ou sair de casa a pensar que estamos o máximo. É que a confiança embeleza, não é? 

Bom, eu prefiro saber. Por isso agradeço que as minhas amigas da onça me avisem quando se começar a notar a bigodaça e que as pessoas a quem eu der beijinhos me digam quando já fizer coceguinhas.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Os Novos Quarenta?

*imagem surrupiada do site www.telegraph.co.uk
No outro dia fui sair com as miúdas para o Cais do Sodré. Entrámos no Jamaica (yap...) que estava praticamente vazio. Entretanto apareceu um grupo de quarentões (dois homens e duas mulheres) com todo o ar de que tinham vindo de um jantar de trabalho. 

Eles de fatinho. Uma delas era uma asiática pequenina que parecia não estar a perceber nada do que se estava a passar. Mas a outra... Ai a outra. Por onde começar?

De certeza que era arraçada de gigante. Provavelmente a mãe era uma gigante e o pai um ser humano. Ao contrário era capaz de correr muito mal. 

Ora, a gigante estava ZÊBADA! Lá andava a cambalear montada nos seus mocassins, sempre com metade do copo vazio. Não porque bebia, mas porque entornava tudo em cima dos restantes foliões.

Nós já tínhamos medo de chegar perto, porque só um toque dela mandava-nos ao chão. 

A senhora gigante, como se não bastasse, devia estar com o cio. Nunca vi tanto esfreganço na vida. Chega uma certa idade em que já devíamos ter o mínimo de juízo. Ela ora quase beijava um dos colegas, ora apalpava a pobre e clueless colega asiática, ora empinava o rabo (como dizer isto.... Punha-se quase de quatro) e esfregava-o no outro colega. Aliás, essa era a posição confortável dela. A certa altura começava a descair, a descair, a descair e pimba! Lá estava ela de cabeça para baixo e rabo para cima! "face down, booty up, that's the way i like to (whaaat)"

Claro que já tinha uma plateia colada às paredes da discoteca com medo de ser albarroada, de queixo caído e câmara em punho, pronta para capturar os melhores momentos.

À saída ainda consegui ser pisada pela gigante e achei que ainda ia ter de amputar o pé. 

Por favor, se eu chegar assim aos 40, matem-me.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

O Homem das Nossas Vidas

Nunca tive nenhuma ideia do que seria o homem da minha vida. Mas tenho uma amiga que sabe perfeitamente o que isso é. E não, ela não é casada, nem sequer tem namorado. Mas nunca ouvi falar de nenhum homem como ela fala do pai.
E eu conheço-o. É um tipo super divertido e activo; com uma relação fantástica com a mulher (também divertidíssima e activa) e com as filhas. Está presente em tudo e ainda é quem incentiva todas as actividades da família. Ele corre, dança, canta... enfim, tudo e mais alguma coisa. 

Mas escrevo isto depois de ler um poema que ele próprio escreveu para a mulher e filhas no dia dos namorados. É de ir às lágrimas. É, de facto, este o tipo de homem que todas nós queremos na nossa vida. Infelizmente não anda fácil de encontrar. Porque, provavelmente, não há mesmo muitos assim!

É difícil explicar a estima que a minha amiga sente a falar do pai e o prazer que sinto em ouvi-la. É com quem ela desabafa e ele dá os melhores conselhos. Compreensivo, moderno, com sentido de humor. The works.

Se nunca tive um exemplo assim, espero que o pai do meu filho o seja para ele. E espero que cada uma de nós, especialmente a minha Ritinha, encontre um homem como este exemplo que temos. 

<3

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

The Perks of Being a Ninja



Eu tenho um filho. Andava a pensar como seria o primeiro post que escreveria sobre ele e vai ser este mesmo.
*Parece um anjinho, não é?

O miúdo tem dois anos e meio. Está na fase mais gira, mas também mais cansativa até agora. Estou separada do pai dele e o acordo é que ele passa semana sim semana não na casa de cada um. Escusado será dizer que, dois dias depois de o deixar no pai já estou a morrer de saudades. Mas, não me levem a mal meus amigos, também sabe tão bem quando o deixo lá! Parece que estava há anos à espera desse descanso. É que quando era a dividir por dois, as coisas eram mais fáceis. Agora fazer tudo sozinha cansa. A vantagem é que tenho uma semana inteirinha de mimos SÓ PARA MIM!

Continuando, eu queria era escrever sobre a hora de deitar (que acabou de acontecer). O meu filho nunca foi fácil para adormecer e, como se não bastasse, tem o terrível hábito de fazê-lo a enrolar os dedos no meu cabelo (ou seja de quem for). Estou quase careca graças a esta brincadeira.
Hoje, em particular, foi uma noite difícil. Estou adoentada, cansada e só queria o meu momento para ver o The Walking Dead (que até adiei para escrever isto antes que me esquecesse). Viu tv, deitou-se, levantou-se, deitou-se outra vez, puxou cabelos, deu pontapés, mordeu almofadas, pediu água, cuspiu água…. Afffff!

Finalmente adormeceu na caminha dele. E aqui é que entra toda uma vida de treino ninja, da qual nem nos apercebemos até termos um filho! Lembram-se quando éramos crianças e fazíamos asneira e tínhamos de esconder as provas? NINJAS. Lembram-se quando éramos adolescentes e chegávamos a casa tarde e a más horas e tínhamos de ser super stealth para não acordar os nossos pais?  NINJAS. Ora, aqui é igual para sair do quarto dele, com a diferença que, se ele acorda, é muito mais difícil convencê-lo a voltar a dormir do que era convencer a minha mãe de que eu só tinha bebido duas imperiais.

Então lá vou eu: primeiro tento “descolar-me” dele (sim, só adormece agarrado a mim) feita Tom Cruise na Missão Impossível: O corpo todo de uma vez com o mínimo de oscilação. Muito cuidado para a cama não ranger! Depois fico uns segundos em posição Matrix, toda dobrada sem mexer um músculo, para confirmar se a fase 1 resultou. Resultou. Next.

Por fim vem o pior: a saída do quarto. Se for Inverno e eu estiver de meias facilita, porque dá para deslizar dali para fora. Mas enquanto está calor e ando descalça tenho de ter o máximo de cuidado. Não dá para pôr o pé todo no chão. Nem sequer só a ponta, porque o barulho do pé a descolar do chão é o equivalente a pisar uma mina terrestre e dá-me cabo da missão. Ou seja, ou vou só de calcanhares ou com os lados dos pés. Sim isso mesmo – apoiada só nos lados dos pés. Cada passo exige uma paragem de dois segundos para confirmar se o sujeito ainda dorme. Finalmente chego à porta. O coração a bater e um pingo de suor a escorrer-me pela testa. Consegui! Agarro gentilmente no lado da porta (nunca na maçaneta por o metal faz barulho) e fecho devagarinho.
A puta range.
Ele acorda.
Faço tudo outra vez.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

The Walking D….aryl



Por favor posso falar um bocadinho sobre o The Walking Dead? Season 2 à parte (what the fuck was that?!) esta é só das melhores séries dos últimos tempos!! E olhem que temos aí muito boas séries. Talvez faça uma lista para falar sobre isso mais tarde.

Mas o TWD é aquela que me mexe com tudo cá dentro e me dá vontade que o Apocalipse de Zombies chegue rápido. E a razão pela qual nós mulheres queremos um Apocalipse de Zombies chama-se Daryl. E a razão pela qual vocês homens querem um Apocalipse de Zombies chama-se Daryl. Convenhamos: ele é o homem que todas as mulheres querem ter e todos os homens querem ser. É um badass, é forte, corajoso, sabe mexer em setas, anda de mota, tem um casaco de cabedal, tem ar de sujo e de cheirar mal…. É uma TESÃO (só comparável ao Sawyer do Lost)!
Acho que é a minha paixão platónica do momento. 

Com um homem daqueles ao lado a vida é uma aventura! Ele Eu arrisco dizer que, especialmente após a segunda temporada, ele foi a única razão pela qual eu continuei a ver a série (que graças a Deus melhorou, e muito!). É que, se eu tivesse de assistir a mais um acto de putedo e negligência parental por parte da Lori ou a mais um desvario e desobediência que coloca todo o grupo em mais uma situação de risco de vida por parte do Carl, eu juro que cortava uma perna e dava a comer a um walker.  

É por isto que eu sei que o Daryl nunca vai morrer. Mesmo que o matem nos livros, nunca o vão matar na série. Isto não é como o Game of Thrones. Se nos matam a personagem preferida, vai dar merda!!!  Não é só por ser uma personagem espectacular. O Norman Reedus foi, provavelmente, a decisão de casting mais certeira de todos os tempos na história da televisão. Nunca mais o vou ver como outra coisa senão Daryl Dixon (o que não abona muito em favor dele, mas temos pena, porque não queremos que o TWD acabe nunca).

Bom, agora que a Lori já faz parte do passado e o Carl cresceu e já não incomoda tanto (já roça o tolerável), a série está cada vez melhor. Adorei o primeiro episódio desta temporada e já estou em pulgas pelo próximo. (BTW, que cena é essa entre a Carol e o Daryl? Não se passa nada, mas passa-se alguma coisa… Não lhe arranjavam melhor? Aliás, não lhe arranjem é nada, que eu tenho ciúmes e para além disso gosto do lone ranger que ele é.)

See ya!

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Coisas do Coração


*roubei esta imagem do blog mshabazz33.wordpress.com

Nunca estamos preparados para um coração partido. Por muitas vezes que tenhamos passado por isso, quando nos acontece parece sempre que é a pior coisa do mundo. “Ai meu Deus que vou morrer! Nunca mais vou ser feliz! Deixa-me vestir o meu pijama de elefante e encher-me de chocolates até explodir.” 

Passado um tempo volta a esperança, voltamos a acreditar no amor e atiramo-nos de cabeça na próxima paixão até nos trucidarem novamente a nossa máquina vital. É assim sucessivamente.

Ou achava eu. Na verdade, não sei se é da idade, das condições de vida, ou simplesmente porque o nosso anjo da guarda se farta das nossas cenas, chega uma altura em que deixamos de nos entregar. Pelo menos emocionalmente. (Ah! Deixem-me só dizer que esta é a história de uma amiga de uma amiga. *cof cof*)

Não sei se deixamos de acreditar no amor. Acho que não é isso. Mas desta vez, tem de aparecer alguém MUITO especial para mexer aqui dentro. Já não há borboletas na barriga (que é como quem diz "vontade de fazer cocó") quando vamos ter com uma pessoa. Nada sabe tão bem como sabia com o estupor que nos desfez em pedacinhos.

Estamos fisicamente disponíveis, mas emocionalmente interditas! E surge a dúvida: será que alguém tem Super Cola 3 forte o suficiente para remendar a caca que nos fizeram?

É que agora, já temos requisitos imprescindíveis de serem cumpridos para que nos entreguemos novamente. Já não estamos para brincadeiras. Quem nos quiser vai ter de o mostrar com todos os trunfos conhecidos à humanidade: carinho, atenção, disponibilidade, póneis, atenção, flores, chocolates, arco-íris, atenção, jóias, viagens surpresa, total dedicação... Já disse atenção? Não nos entregamos por menos do que merecemos. Por menos do que damos. 

Pareço céptica? Estou. 

Estereótipos



*Imagem tirada do site www.deviantart.com
No outro dia parti o visor do iPhone a ver a Casa dos Segredos (sim, eu disse-o, estava a ver a Casa dos Segredos). Nestas alturas o meu cérebro atrofia e perco metade da minha coordenação motora, o que leva a acidentes diversos. Desta vez foi o iPhone que caiu.

Nas lojas de verdade pediram-me 139€ para arranjar aquilo. What?! Está bem que eu tenho um iPhone, mas ainda estou a pagá-lo porque sou pobre. Tinha de arranjar uma solução mais económica. 

Graças à maravilha que é o Facebook, recebi várias sugestões e arrisquei a que me pareceu a melhorzinha. Fui ao Centro Comercial Babilónia (passo a publicidade – sabe-se lá se ainda ganho um crédito vitalício nas lojas de telemóveis) na Amadora. Aquilo é incrível: trinta mil milhões de lojas iguais de venda e reparação de telemóveis e coisas que tais. Todas de indianos. Após exaustiva prospecção lá escolhi aquela que me fez o preço mais barato (adorava poder dizer o nome, mas não me lembro). Em meia hora tinha o iPhone arranjado (será que se disser iPhone muitas vezes também ganho alguma coisa?) e já estava despachada. Tenho de referir que, nos entretantos, passei por quatrocentas mil lojas de produtos de cabeleireiro que, para além dos mesmos, vendiam ainda bebidas alcoólicas (???!!!).

Isto levou-me a pensar no crescente domínio do Oriente no nosso país. É que, para além dos indianos, eu ADORO as lojas dos chineses. Sabem há quanto tempo não compro uma roupita na Zara? Estou rendida aos chineses. Quando não há nada para fazer (que infelizmente tem sido costume por estes lados) lá vou eu às Marias ou ao Hiper Cascais. Aliás, num destes dias fiz, com umas amigas, um dos programas mais divertidos de sempre: Fomos ao Hiper Cascais experimentar vestidos de noiva (sim, também os têm). Folgo em dizer que até eram giríssimos e bastante em conta.

E saio sempre de lá a pensar “Ninguém sabe que o que eu tenho vestido é do chinês”. Aposto que é o que toda a gente pensa. Ahah! Mentira! Toda a gente sabe, porque andam todas com coisas do chinês! Eu agora ando na rua, feita detective, a ver quem ainda tem um pingo de orgulho e quem já se rendeu à moda barata. Aquelas sandálias com grandes solas com que as miúdas andam hoje em dia: TODAS DO CHINÊS! Sorry, girls…

Mas não há que ter vergonha. Aliás, é com muito orgulho que digo: Chineses para me vestirem e indianos para me arranjarem as coisas electrónicas! E ainda tenho as brasileiras, que me arranjam as unhas e me fazem a depilação melhor que ninguém! Viva!